segunda-feira, 19 de abril de 2010

e...

as noites são, por vezes, longas. são milhares e milhares de notas soltas que vagueiam por ai, dispersas de um piano tocado por vinte dedos, em jeito eufórico. deixam-nos assim, freneticamente alucinados.
são músicas, são textos. recordam-nos uma vida, provavelmente, passada. já não vestígios, detritos, nada, nada de nada.
são recordações, memórias. como quem não quer ver o futuro com medo de perder, com medo de não reter, assim são todos os nossos momentos, o receio.
o quer ir com medo de não mais viver. todos são assim, a adrenalina de ir com a reticência de nunca mais poder sentir o sabor daquele instante.
o olhar para trás, quem sabe olhar sem uma lágrima verter?
as brincadeiras, as loucuras, a ansiedade vivida, o sangue perdido por todo o corpo a pulsar. aí, como fomos felizes!
os que ficam e os que vão, os que deixam saudade e os que deixam indiferença. tudo um dia acaba por perder o significado, quando o mesmo não o traz. ficam os olhares, a leve brisa do final de setembro, o cheiro da maresia, o corpo aliado à natureza. os momentos, quem deseja o dia de amanhã mais do que o hoje? e depois, o que será? quem irá, que lágrimas, que arrependimento surgirá?
quem inventou o dia de amanhã? quem?
quantos dias andaria, eu, para trás?quantos e quantos...
nesses dias em que estavas ao meu lado. os dias em que chorei, por imaginar, perder-te, enquanto estavas ali. os dias em que o me coração sufocava por ti, pela tua falta, as horas que lembrei-me de ti, os dias que deitada fiquei à tua espera, os dias...
e agora? que volta dar?
esperar, um dia hás-de voltar a estar comigo, naqueles dias em que juntos brincamos, em que juntos choramos, em que juntos vivemos.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

caiu e partiu. o vaso partiu.

somos todos assim, uma espécie de junção de mil e uma coisas, umas defeituosas, outras tão perfeitas.
esta sou eu. esta és tu. somos.
há sempre uma falha na hora da volta. são os dias menos espessos, menos escorregadios, menos nossos. deixamos para trás, pela milésima vez, uma outra vida.
aquela vida. a quase perfeita.
e assim, mudamos todos de vidas. quando há uma volta, uma chegada e uma partida.
deixam-nos a parte em que nos acariciam a alma, o sorriso sincero, o calor de um abraço, as simples idas e voltas à nossa presença.
alteram-nos a rotina.
o aconchegar do coração.
e quando há a volta, mais uma partida, ficamos assim. sem pés a segurar a Terra. com o aperto na garganta. com as lágrimas, em jeito de mordida de lábio, no adeus.
assim.
um dia vou saber partir sem quebrar um todo.

Foto por: Bruno Abreu

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

gosto de ti mas não gosto

Dá-me um abraço só porque sim. Dá-me um beijo só porque sim.
Gosto de ti mas não gosto. Gosto quando me abraças e sinto que gostas do mesmo assim. Gosto do cheiro do teu coração em dias de chuva intensa, de mel escorregadio, das paisagens vazias.
é proibido deixar o tempo voar sem que tenhamos cinco minutos de pleno voo só nosso. Passo pela tua casa. Não teras de andar muito. Só pelo cheiro do fim de tarde. Só porque sim.
Que achas? é proibido amar assim?


'gosto de ti mas só quando me dás bolachas. eu amo-te mas não gosto de ti sempre. só quando me dás bolachas'

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

By your side, just for a little while.

Chega sempre silenciosa e rompante. Um leve piscar de olhos, um leve suspiro em jeito de liberdade. Ela chega e parte com toda a alma que veio buscar. Ela sabe, o último piscar, o último respirar.
Ela vê e nós não. Porquê?

Diz-me,porquê?

Um sorriso, leva-me com um sorriso. Não me deixes chorar quando olhar para ti,pela última vez. Não me deixes.
Ele, ela, os meus e os deles.

Tens segundos para dizer um adeus, um breve adeus. és má. chego a pensar que não tens coração. não podes ter. um sorriso dissolvido em água salgada. não podes ser.
Alguma vez, sentiste o calor de um sorriso? um leve sussurro ao ouvido? o toque delicado de uma mão envergonhada? a imensidão de um abraço?
Alguma vez?

o desespero. o último momento, cravado a pregos em nós. a lembrança de uma gargalhada farta.
o conforto e reconforto de dois braços entrecruzados sentindo o coração verdadeiramente vivo.
a fala. o ligeiro toque da língua nos dentes capaz de evocar Deuses e afins.

uma vida. único. Como podes ter coração? Como?

Deixas-me apaticamente viva. a mim e a todos os que choram um coração.
és má. e eu não gosto nada de ti.
chora o Mundo por ti, por tua causa.

o.d.e.i.o.-.t.e.



segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

dá-me a tua mão.

É hoje, digo-lhe hoje tudo o que sinto,hoje. Soube o sabor amargo do desconhecimento completo de sentimentos puros e singelos que trago em mim, digo-lhe hoje.

Ouviste? é hoje.


vi o meu corpo rodopiar entre pequenas piruetas, entre pequenos e intensos saltos.
Soube distinguir o seu respirar por entre a multidão, soube ouvir os seus sussuros como lindas canções de amor, ou simplesmente o seu olhar, que atravessou milhões para casar com o meu. Já as pernas descoordenadas com o miocardio, corriam no sentido oposto ao da multidão. Levemente, o primeiro impulso deixa arrepios no corpo. 'esta é a nossa decisão, viver euforicamente e morrer jovens.'
Sei o quanto aqueles dois diamantes brutos podem desmoronar tudo o que trago fielmente guardado em mim. Saúdamos os deuses em jeito de desafio, entre copo sim e copo não.
Agora sim. Hoje. Já os passos eram flutuantes e os sorrisos em quantidade desmesurada, já os 'pequenos' pressentimentos eram confundidos.
Diz-me. Tenho poucas horas e muita coisa para dizer. Diz-me. Chego a tempo, se partir agora?
Sim, eu sei. Marte fica longe para ir a pé, mas eu preciso. É hoje. Eu sei que é. Deixa-me partir.
Já sei as palavras que posso usar para descrever todos os minutos meus. Já sei. DIZ-ME!
Não há outra maneira de ir a Marte falar com ela?
Inspirou. Com cara de sábio disse: uma maneira.apenas uma.
E logo corri, corri com todos os minutos de fôlego que tinha nos bolsos das calças, até chegar ao destino.
Sentei-me como se os dois diamantes brutos tivessem colados nos meus olhos. Fingi ter a sua mão na minha. e ... disse tudo o que quis dizer nesse dia : não tens noção.








um 'último' adeus.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

2009 promete o Mundo


Próxima Paragem : Barcelona! (:



Até lá, existem monstrinhos terríveis que assombram as faculdades do país,exames!



domingo, 28 de dezembro de 2008